O TEMPO DA POESIA (Série Diálogos Poéticos) ROBERTA LESSA/FÁBIO BRANDÃO

Houveram tempos sem perdas e danos, completando-se pelas bordas e beiradas alucinadas de fome de uma arte já deturpada de valores entre interesses e poderes.

Houveram tempos sem pressas e perigos, corroborando-se pelas entradas e estradas de nome de uma arte já esmiuçada de calores entre febres e plebes.

Houveram tempos sem posses e rócios, contemplando-se pelas normas e formas alucinadas de nomes de uma sorte já delapidada de sabores entre usos e costumes.

Houveram tempos sem pudores e vergonhas, estagnando-se belas matas e mortes comemoradas de lumes de uma parte já interpelada de saberes entre cores e colares.

Houveram tempos sem paciência e ciência, inundando-se pelas passadas e pisadas incorporadas de pudores de uma corte já deletada de vigores entre folhas e raízes.

Houveram tempos sem passos e danças ritmando-se pelas salas e valas destinadas de senhores de uma morte já delegada de dizeres entre sobras e sombras.

Houveram tempos sem paz e voz, amargando-se pelas investidas e acolhidas de pudores de uma consorte já subjugada de temores entre lume e escuridão.

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Jacó Filho inunda-me de felicidade com suas palavras doces e tão bem postas:

"É na eternidade dum verso,

Que tento ver a minha vida.

Técnica a ser desenvolvida,

Que estou longe, confesso.../"

LONGE É UM LUGAR QUE NÃO É SEU QUERIDO AMIGO

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Roberta Lessa
Enviado por Roberta Lessa em 14/10/2016
Reeditado em 18/10/2016
Código do texto: T5791112
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