TRANSMUTAÇÃO NACIONAL (diálogo poético) ROBERTA LESSA/ILMAR

Sempre é bom saber o peso e o real significada das palavras, principalmente no que se refere à clareza de se expor uma ideia nessa sociedade tão provida de despreparo de uma boa e salutar interpretação de texto, onde o óbvio para alguns é simplesmente a dúvida para tantos, onde a preguiça da escrita se conjuga com a inoperância gramatical de um cidadão que sabe criticar repetindo o que já se falou e reproduzindo o que por outro foi comentado. Os seres humanos tentem ao esquecimento de sua própria condição de Ser independente e pensante e por isso é tão facilmente conduzido ao universo da submissão voluntária.

Seu senso crítico nada mais tem sido do que o forjar de uma espécie apropriadamente condizente com o poderio que se arma daquilo que deveria ser o direito de todos, mas que usualmente. apenas poucos privilegiados obtém às duras penas, perdas e castigos: a liberdade individual.

Nesse ínterim pouco se sabe da boa gramática, quiçá do verdadeiro sentido de cada palavra, à determinas as ações depois de coerente reflexão. Lendo um texto comparativo de uma personagem social conhecida e que para evitar aumento de iope dessa pessoa um tanto quanto creio eu, equivocada com seus conceitos,evito citar nomes. No texto que li e entre muitos outros com o mesmo teor midiático a comparam-na à uma prostituta de luxo à serviço dessa vergonhosa e desproporcional política nacional que se implantou em nossa nação.

Peço licença nesse momento literário a fim de esclarecer que percebo ser a prostituição um assunto muito extenso, profundo e tão enraizado na sociedade humana que representa importantes e diferenciados aspectos que tecem fortes características aos nossos padrões evolucionais, eu mesma muitas vezes percebo-me prostituta e com toda sua honra e “putice”, pois sei o quanto essa função social é tão usual, necessária e tão desvalorizada pelos seres de “boa índole” que a sociedade insiste em manter no poder.

Quando escrevo poder, não excluo aquele pequeníssimo poderio sendo implantado sistema e efetivamente dia à dia, segundo à segundo, por essa máquina de desconscientização que anda à todo vapor em nossas mentes. E o resultado desse jogo é dez à zero aos poderosos de plantão.

Ser puta é, além de vestidos e posições de encarecidas posses e poses bem montadas em estúdios improvisados ou não, é um serviço de saneamento humano, onde é depositado nos muitas vezes apodrecidos úteros já tão usados a doença da volúpia gananciosa humana que se traduz na grande maioria dos corpos já tão utilizados por nós fisicamente com câncer e infelizmente descoberto tão tardiamente que a maioria das putas pobres sequer tem a chance de tratamento, quiçá condições econômicas para tal.

Enquanto muitas putas partidariamente profissionais exibem “grifes” nos planaltos e passarelas da vida, ainda são por nós ovacionadas como exemplo de postura e candura ilibada.mas nada é por acaso existirem esses “rostinhos bonitos em corpos perfeitos”, a serem expostos feito troféus por aqueles que lhe montam feito putas e vestem-nas de pureza.

O complexo disso tudo não é só a inação e a total falta de consciência de quem os coloca e deixam onde estão, é a banalização dessa condição, travestindo-a de cômica fatalidade cênica, onde os atores podem até serem substituídos à cada temporada, mas quem os manipula feito marionetes permanece protegidos e incógnitos nas coxias da vida.

Triste a condição….

EM DIÁLOGO COM A CRÔNICA “SUGIRO TIRAR O VESTIDO”, DE AUTORIA DE ILMAR.

Acesso em Recanto das Letras: http://www.recantodasletras.com.br/cronicas/5786784

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JACÓ FILHO, ESTIMADO E AMOROSO POETA, SOU GRATA PELA SUA VISITA E PELOS CARINHOS POÉTICOS QUE ME DEDICAS:

"FORA DA ESTATÍSTICA

Banidas pelos próprios pais,

Conheci jovens pelos cabarés...

Que chegam com os próprios pés,

Se a hipocrisia é forte demais...

Entre elas, vi a mais honesta,

Tão evoluída que a Deus escuta.

E sem magoa por ser prostituta,

Ganha respeito sendo discreta...

Sem puxar tapetes é solidária,

Orienta outras se pedem ajuda.

E a dignidade pratica e estuda,

Com competência extraordinária...

Nobres mestras como das tribos,

Iniciam rapazes na arte do amor.

Pois para tal, não há professor...

Correndo os riscos e os perigos...

Como em tudo, também na política,

A prostituição pode ser viciosa.

Mas a pessoa de bem e virtuosa,

Porta a luz fora da estatística..."

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Roberta Lessa
Enviado por Roberta Lessa em 13/10/2016
Reeditado em 19/10/2016
Código do texto: T5790031
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