SOBRE A PLURALIDADE DO DIZER

O poder dizer a vida através de um texto se tornou uma arte duvidosa depois de que todos os discursos, por convenção, se fizeram possíveis. Diante da polifonia dos significados, a verdade se perdeu da palavra. Tornou-se um fantasma dos tempos antigos onde se acreditava que elas correspondiam as coisas.

Estamos agora restritos ao incerto domínio das interpretações e opiniões. O próprio real converteu-se em uma construção complexa formatada pela linguagem e estratégias discursivas que adotamos. Já não é mais possível nos atermos aos fatos, na medida em que somos inventados, enquanto sujeitos cognoscentes, pelo próprio objeto que construímos.