Janelas abertas

Janelas abertas, quarto escuro. Tv desligada, músicas tocando. Nem parei pra analisar se era sertanejo, rock ou MPB, na verdade qualquer coisa soa romantismo na minha cabeça. Já fui céu, mar, rio, nuvens... De tudo um pouco pra chamar sua atenção. Dentro do meu quarto relembro todos os momentos que tivemos um com o outro. E ainda não são todos os que espero ter ao seu lado. Mas na verdade não é a quantidade de dias que faz algo ser eterno, mas quão verdadeiro é o que ocorre nesse tempo. Existe uma infinidade de números e nunca conseguiremos alcançar o fim deles, por mais que sobrevivamos muito ou pouco, não chegaremos à eternidade buscando passar depressa pelos lugares ou pessoas... Mas quando deixarmos de sobreviver e passarmos a viver. O para sempre não se rotula por dias, anos, décadas, séculos, mas sim pela autenticidade que o coração assina sobre determinado alguém. No meio dos personagens que me fiz pra te ver feliz pensei... Quem eu seria se não existisse você? E definitivamente eu seria algum personagem sem graça, pelos quais ninguém demonstra interesse em ouvir... Deixaria de ser alguém encantador... Pois você é quem me ver melhor do que eu sou. Pelos seus olhos sou sereia, em sua boca sou mel, por suas mãos sou tesouro, por seu coração eu sou o amor. Talvez eu fosse pedra, e não mais sentisse o que carrego aqui dentro. Certamente eu seria diferente. O contrário de tudo o que sou. Ao invés de quente seria fria, de bondosa seria má, de carinhosa seria ríspida, de amor solidão e então, como eu poderia ser... Se o melhor de mim morresse com sua falsa existência?

Rai Oliveira
Enviado por Rai Oliveira em 10/10/2016
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