A DESOLADA MORADA NA FLORESTA

"Em um isolado condado, ao pé de uma gigantesca montanha assombrada e coberta de nevoeiros, em uma noite fria, escura e de ventanias que me davam sensações de abandono e desolação, fui correndo sem lembrar-me de onde vinha e para onde ia; em minhas mãos antigos livros pesados e velhos pergaminhos.

A lua parecia apressada ao sair de trás das nuvens ligeiras, parei um pouco para observa-la naquele sinistro movimento, e ao sair deu-me a visão plena daquela noite, me fazendo avistar ao longe uma desolada morada; apresso-me e escondo-me naquela velha cabana com meus livros conspiratórios, analiso ao meu redor, vejo vários utensílios, mas eu preciso de velas, já que não havia possibilidades de colher arbustos para fazer uma fogueira, encontro as velas por trás de um velho moinho de fubá, apressadamente começo minhas leituras enquanto ouço ecoar nas montanhas o barulho dos seres da floresta.

Perto da meia noite, me encontro debruçado em profunda leitura naquele conhecimento secreto esquecendo-me até onde me encontrava, de repente, um grito desolador e longínquo, fui retirado do meu transe intelectual hipnótico, me distanciei um pouco, espreguiçando-me naquela cadeira velha, veio-me sensações de aproximação de algo poderoso, algo cósmico.

De súbito me acalmo, mas meus sentidos são involuntariamente aguçados, percebo apenas os uivos dos ventos nos galhos das arvores daquela floresta ali próximo - já fazia horas que estava sentado junto à aquela mesa rústica de madeira feita daquelas arvores imensas; meus livros e eu, numa ação solitária e iluminada por velas trêmulas em fases terminais, insistindo em paginar e ler aqueles livros antigos e misteriosos pergaminhos que me davam sensações do proibido.

Então, silenciou tudo, não ouvi mais o vento nem os rangidos das arvores, fui tomado por uma certeza absoluta da realidade coletiva, e em um relance de epifania, em um despertar mental, eu fiz uma pergunta... Uma pergunta que não se devia Fazer - Que me deu uma resposta, que não se deve saber... E em alto e bom som perguntei aos quatro ventos que estavam silenciados e antes uivavam nas frestas das portas.

Então, o céu acima da cabana iluminou-se e se fez dia por causa daquela poderosa pergunta singular, um ser de presença inimaginável veio me trazer a resposta. E eu com muito assombro e temor com a presença daquele ser visitante, recebi a resposta que me tocou na mente paralisando-me de terror profundo e absoluto.

“E ele me falou em uma língua antiga e morta da antiga civilização suméria - Que pela minha curiosidade, fui condenado a guardar um dos segredos mais assombrosos do universo, e todo tremulo eu olhei, minha mente rejeitava tal visão abstrata e intraduzível, pois ao olhar eu avistei a quarta dimensão me chamar e dizer; Ei, acalme sua alma."

Texto: Everilson.

Lililson
Enviado por Lililson em 07/10/2016
Reeditado em 22/12/2023
Código do texto: T5783909
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