Desse jeito!
Já algum tempo não escrevo.
Estou em uma abstenção de dizer as coisas em texto. Como se tivesse alheia à tudo e a todos. Pode ser vaga minha opinião. Pode não valer a pena dizer. Um sentimento de dormência intelectual que me toma. Mas mesmo que a caverna me esconda, ainda estou aqui. Guardada como em um invólucro. Prestes a se manifestar. A obscuridade que me domina é passageira. E me aguarda a luz no amanhecer. A qualquer hora irá raiar. Respeito meu momento quase que em uma prece. Aprendi a cuidar de mim. As vezes só é preciso aceitar. E cada tempo com seus acontecimentos. Viver é isso. Pode ser intenso ou brando. Sempre haverá o tempo "com suas cortinas à abrir". E o sol nascerá, lindo outra vez. E chegará o momento de me revelar. De te encantar, mesmo que fugaz. E me declararei. Exporei-me encantadora. E já sinto só de pensar uma brisa que se revela. Só sinto. E espero. Sinto e expiro. E tudo a minha volta se transforma. Como se já chegasse a hora. E me revelo tímida. Vou entrando no palco. E começo a me declarar.
"Amo-te por um momento que sejas. Amo-te por me encantar com as palavras."
Perdoa minha embriagues. Meu ato obsceno de te cantar assim. De te ferir antes da hora. Perdoa-me por me manifestar desse jeito. Triste essa ocasião. Mas é real o encantamento. Tudo é real. Desde a ofuscada intelectualidade até esse amor repentino. E de tropeços que sinto vou me reconstruindo. E então serei de novo. Era miragem. Passou. Então continuo aguardando a hora. A chegada do encontro. E a ilusão cessará. E estarei orfã de saudade. Abraçarei algo concreto e serei feliz, mais nada.