Uma folha na correnteza
Um dia você me perguntou, quando eu iria entender que o mundo lá fora é uma selva ?! Eu na minha inocência não conseguia entender e ver as coisas dessa forma, até que um dia você mesmo me mostrou o que realmente era isso. Os devaneios alheios, a frieza insana, a ganância desenfreada, a brutalidade descarada, o egoismo desvairado... E sem perceber todos os dias ao sair de casa eu colocava todas as minhas armaduras, aquelas pela quais eu nunca havia usado, e agora entendo o porque eu sempre voltava pra casa com alguns retalhos, não por eu lutar contra aqueles que queriam me engolir e sim por não me defender.
Hoje vejo que além de me armar e carregar as minhas munições para poder me defender, vejo que já não posso mais mostrar a beleza do fardo leve, da inocência de um pensamento, das cores que um lindo dia pode ter, do romantismo quando ouço uma música e elevo meus pensamentos a momentos fantasiosos, da fragilidade que necessita de um abraço aconchegante, das lágrimas por sentir saudade do que já não pode mais ser pronunciado, de simplesmente dizer que está triste e se sentir fraca.
Hoje me pergunto como posso ser o que foi esmagado e arrancado de mim?
Onde será que eu mesma fui parar ?
Tenho tentado buscar, mas a única coisa que encontro, é, uma folha no mar sendo levada pela correnteza.
Já não questiono mais as coisas, simplesmente vivo o hoje, porque é dele que vira o meu amanhã.