(Des)aprendendo a ter medo
Dia desses me peguei pensando na loucura que é a vida, e em como algumas pessoas parecem ter ‘medo’ dela.
Os noticiários, jornais só exibem tragédias e aí começa o medo da violência e do que não podemos evitar, medo de algo que foge do nosso controle. Vejo algumas garotas na rua reclamando que não podem passar de minissaia por um grupo de rapazes em paz por exemplo, porque podem ser assediadas inclusive em ônibus...vem o medo do assédio, da culpa e da não liberdade. Tenho amigos gays que foram covardemente agredidos por simplesmente andarem de mãos dadas na rua...vem o medo do toque, da demonstração de afeto, medo de mostrar quem você é.
Medo de uma sociedade que não aceita as diferenças em que tudo está devidamente mascarado.
Um amigo não pode demonstrar carinho por outro que (com toda a certeza) tem rolo. Um pai não pode beijar um filho no rosto, ou vice-versa, porque é sinal de fraqueza (e os homens não podem agir como mariquinhas). Um homem não deve se deixar ‘mandar’ por uma mulher e a mulher não deve ‘entregar’ seu coração e sentimentos a um homem. Tudo é apenas questão de medo.
“Me diga com quem tu andas que direi quem tu és”. Esse ditado é antigo...você o conhece? Parece que está em grande vigor em pleno século XXI, século este em quem as pessoas deveriam evoluir e progredir, que deveriam respeitar (embora não concordassem com) as diferenças, mas ao que parece só retrocedemos.
Minha mãe me disse que eu deveria aprender a ter medo.
Mãe me desculpe! Eu te amo, mas não vou deixar que o medo atrapalhe meus sonhos, não vou deixar o medo dominar o ‘meu mundo’, mãe...não vou deixar que o medo me impeça de ser feliz...