Às vezes, lembro-me de Nietzsche
Às vezes, lembro-me de Nietzsche, não porque a sua obra me faz recordá-lo, mas porque eu repito palavras em minha mente em vários momentos e, somente depois me dou conta do quanto elas representam a mesma ideia central das palavras dele.
“Este livro destina-se a pessoas raras. Talvez, até, nenhuma delas esteja viva (…) Para suportar minha seriedade, minha paixão, é preciso que alguém possua uma retidão intelectual em um grau extremo. Deve ser treinado para viver nas montanhas (…) Deve ter-se tornado indiferente e jamais questionar se a verdade lhe trará benefícios ou lhe será desastrosa… Deve ter uma inclinação, uma força inata, para questões que ninguém tem coragem de enfrentar; a coragem para o proibido; a predestinação ao labirinto. Uma experiência de sete solidões. Novos ouvidos para nova música. Novos olhos para o mais distante. Uma consciência nova para verdades que até agora permaneceram em silêncio (…) respeito por si mesmo; amor-próprio e liberdade absoluta de ser… Pois bem! Somente esses são os meus leitores, meus verdadeiros leitores predestinados: e o que é o resto? - O resto é mera humanidade. - É preciso ser superior à humanidade em força, em grandeza de alma - e em desprezo."
Talvez o desprezo se iguale à tolerância, não no sentido passivo do *suportável*, mas no sentido de ignorar aquilo que não convém à construção do espírito, isto é, à evolução.