Tempero da vida

Poderia aqui listar uma serie de coisas que o fariam mais felizes. Afinal quem aqui não tem algum palpite para a tal da felicidade.

Por aqui parecem todos especialistas, em particular se tratando da vida do outro.

Não por maldade, futrico fofoca.

Bom, em alguns casos podem até ser.

Mas nesse caso especifico, vejo como uma estratégia, uma fuga.

Sabe aquele lance “a vida do vizinho que é melhor” mais fácil.

Temos uma metáfora em nossas vidas, sabemos o que e felicidade, como funciona todo esse lance de parecer imune a infelicidade.

A receita certa, todos parecem conhecer.

Mas e na pratica? Por que será que não funciona na pratica.

É tão simples, siga a receita!

Faça assim, não faça isso, vá por aqui, isto é certo, isso não se deve fazer...São uma serie de rito, de ditos.

E quer saber a real na moral?

Na vida em si, na vivência individual no dia a dia, é inaplicável!

Erramos tanto em nos preocuparmos com a linha.

Quando num passo falso deslizamos e caímos por dentro damos até boas gargalhadas.

E por segundo aquilo que não esta escrito, parece sim, ser um meio de felicidade.

Mas ao olharmos para o lado, são tantos os olhares nos auto julgando de não conseguir seguir a linha, que a risada desaparece e aquele momento até então “maneiro" se vai, evapora.

Esta etiqueta atrelada em nossa testa, estas regras folclóricas, essas vidas corretas, o sorriso ensaiado, a felicidade escrita... Morre na vontade de ser real. De ser aplicável a vida na terra.

Por que estamos cercados de exemplos de como não levarmos a vida, carecas de saber que receitas podem e devem ser mudadas, testadas, inovadas. Aquele bolinho da vovó, aquele prato perfeito da mamãe o brigadeiro na casa da amiga, pode ser mudado.

Nada é certo, não se martirize por isso, ira errar a receita, e tudo bem! Não precisa mesmo acertar, ser perfeito.

Olha! Perceba você tentou, a receita estragou beleza! Mas e durante o processo, você riu, soltou um palavrão, derrubou mais açúcar que devia ou talvez optasse por troca-lo por sal.

Mas e dai?

Fez a coisa mais legal de toda sua vida, e isso, acredite é muito.

Burlou as regras, arriscou e foi lindo. Simples.

O tentar!

Não digo o acerto, o conseguir a conquista.

O mérito aqui meu amigo foi por tentar. Entendi?

Ao tentar, talvez você não perceba, mas ali você desafia uma serie de medos que são seus.

Você se permite arriscar o que naquela hora era o certo, você acredita e mesmo que diga que não, você acreditou.

O tentar é o melhor se não o principal ingrediente para a vida.

Em uma era tão robótica, que se alguém foge a regra se dá como o maluco beleza.

Essas regras de coisas de uma vida perfeita foram criadas por alguém sem vida. Digo viva em corpo.

A alma ali sentada desejava mesmo era rasgar estas regras, era quebrar aquela xícara. Aquela alma que ali habitava lia cada linha escrita, mas com um ar de reprovação. Por vezes desejou deixar aquele corpo robótico mas como não podia preferia dormir. Dormia tanto que se perdia nas horas, na vida lá fora. A alma cansada o corpo frio.

As regras da vida perfeita foram escritas por quem só queria ser livre pra errar. E por mais que a alma gritasse por dentro o cérebro jamais tentou.

Aquela alma sabia que o maior erro daquele corpo, foi jamais ter ido lá fora tentar.

Sabia que o tentar despertaria o tempero de uma vida, que não precisa ser correta, limpa, cheio de felicidade, ela sabe que isso não existe.

A alma gritava em alto e bom som “Tente, tente, tente”.

Aquele corpo não precisa de nada demais, se afogou na depressão por não ouvir o seu eu interior. O medo de parecer louco aos olhos não permitiu.

E se foi o corpo levando a alma sem conhecer o tempero de tentar e viver as delicia de ser livre e de conhecer o verdadeiro paraíso, a

LIBERDADE.

Lekka Cris
Enviado por Lekka Cris em 16/09/2016
Reeditado em 29/05/2017
Código do texto: T5762886
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