PULAR DE CIMA DA LUA
Atravessamos um terço da vida dormindo, mergulhados em uma apatia que mistura sonhos e pesadelos. Esses momentos são, na maioria das vezes, fugazes. Sonhar, em seu sentido mais puro, é refração do inconsciente— não uma premonição ou profecia, mas fenômenos psíquicos que trazem imagens e representações. Acontecem involuntariamente, e por isso não nos questionam, mesmo que possam escandalizar nossos medos e dores. São fragmentos do dia, retalhos não alinhavados, que nos perseguem à noite de forma reprimida, e que duram até acordarmos dessa letargia. Todo tempo é tempo de despertar! O real se revela na busca incansável por nossos objetivos. O que buscamos é inspiração, que se materializa quando ouvimos nossa consciência. Desejar é algo insípido, enquanto o verdadeiro sonho é movimento, é vida— um impulso que nos empurra para frente. E é somente com os olhos bem abertos, acordados,
que conseguimos realizá-lo. Se eu pudesse realizar meu sonho... Pular da lua, apenas para voar— apenas para voar.