Filhos Sem Visão
De José Borges/
Quis eu ter uma ideia de como se
Sente aqueles que não andam e
Nada enxergam.
Coloquei-me sentado enfrente ao
Jardim de minha casa e fechei os
Olhos, A principio senti uma leve
Tontura e um pequeno incomodo,
No pescoço.
Ter a escuridão como visão naquele
Momento me trouxe a sensação de
Insegurança misturada à tristeza
Por aqueles que não andam e nada
Enxergam.
Mas não demorou e logo eu escutei
O som de minha respiração assim
Como posso jurar que ouvi as batidas
De meu coração.
O que me fez ficar atento aos mínimos
Detalhes ao meu redor assim senti no
Rosto e na pele o bailar do vento. Que
Carregava pelo quintal as folhas secas.
Desnudo da visão as lembranças
Palpitam trazendo-me o canto dos
Pássaros e o aroma das flores.
A experiência triste do momento
Que busquei trouxe-me a sensação
Agradável de sentir e ouvir coisas
Corriqueiros do dia a dia que somos
Abençoados e mal paramos para
Apreciar.
No silencio magico da mente
Fui lentamente abrindo os olhos
A harmonia de cores e vida que
Surgia em minha frente...!
Distanciava-me do jardim que
Deus preparou aos seus filhos
Sem visão.
Autoria:José Borges da Silva Filho
Poetahdasletras
01/09/2016