Entre o ser espiritual e o ser materialista.

Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido. (1Co 2:14,15). Nestes versículos vemos Paulo ensinar ao povo da época e este ensinamento chega até nós como algo atual e verdadeiro.

Paulo usa a palavra psuchikos que tem o seguinte significado: aquele que é voltado para as coisas materiais e é movido pelas emoções e desejos. E não consegue conceber ou compreender as coisas do Espírito. Sendo assim entendemos que no versículo quatorze Paulo fala do ser humano que é psuchikos. É aquele que vive como se não houvesse nada para além da vida física, como se não houvesse outras necessidades fora das materiais; nem outros valores, já que se rege por medidas físicas e materiais. Uma pessoa assim não pode entender as coisas espirituais. A pessoa que pensa que nada é mais importante que a satisfação do desejo sexual jamais compreenderá o significado da castidade; aquele que considera como o fim supremo da vida o monopólio de bens materiais não pode compreender o poder e a graciosidade da generosidade; aquele que pensa que seus desejos e pensamentos devem ser a última palavra não pode compreender a pureza da comunhão; aquele que se coloca sempre acima das outras pessoas jamais entenderá o significado da sublime humildade; e o que nunca pensa no mais adiante não pode compreender as coisas de Deus. Quando nos deixamos levar por estes tipos de pensamentos nos afastamos do Espírito e as coisas do Espirito começam a parecer meras insensatezes. Ah... Nenhuma pessoa deveria ser assim, mas quando sufocamos os anelos do espírito e da vontade divina que existem em nós, nos convertemos nisso, e por mais que o Espírito de Deus grite, nós não o escutaremos.

É muito fácil cairmos diante das ofertas e da pressão do materialismo, e com isso, chegarmos a ficar tão comprometidos com o mundo que não exista nada mais além dele. E, é por isso que devemos atentar para o alerta que Jesus nos deu: Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca. (Mat 26:41). Então devemos orar para ter a mentalidade de Cristo, porque só quando Ele vive em nós estamos livres da invasão usurpadora e escravizadora das demandas das coisas materiais. Quando nos ajoelhamos ante Deus em oração nos erguemos diante das vicissitudes e do poder egoísta do mundo. Na oração entramos no céu para poder enfrentar as batalhas da Terra.

(Molivars).