A Saudade
Saudade! Onde começa e termina?
Depois do amor, na cama?
Na despedida, quando alguém diz que nos amas
Ou afogada num copo de bar, na esquina?
A Saudade desarruma planos e desejos.
Faz sonhar com o roçar e corpos, carinhos...
Beijos...
Chega do mesmo jeito, sorrateiramente invade e toma conta do peito.
Altera o sorriso, entristece o olhar.
Acontecem dentro de mim, até consigo vê-la em cada lágrima que derramo.
A Saudade cada vez que passa aumenta.
A Saudade vai calando a voz do mundo, vai tirando da água sua nascente.
Podre daquele que não teve aventuras.
Com certeza a desilusão, amargou.
Tal qual uma planta que não floresceu.
Não deu frutos, estorricou e morreu.
Que nunca teve coração fértil, Sorriso aberto, Mente pura.
Precisa sempre de uma mãozinha.
Assim também acontece com quem amor não viveu.
Como não nasce sozinho, plantemos, pois, do amor, à semente.
E teremos uma árvore bela e frondosa.
Que se deixa morrer nos vãos de uma tarde qualquer...
Rio de Janeiro, 23 de julho de 2007