A Quebra do Bruto
A cratera que se abre no meu peito,
Foi tu que fizeste.
A bruma negra que paira meu norte,
Foi tu que criaste.
A leveza de minha força,
Foi tu que furtaste.
O meu poder de enfrentamento,
Foi tu que amedrontaste.
Agora, o que queres de mais de mim?
Não te sacias com a essência de minha áurea?
Por que não deixas a carcaça que me resta?
Pois bem, eu mesmo respondo-te:
Tu, ó fera onírica, ou melhor,
Que agora é concreta,
Tens inveja, sim...Inveja!!!
De minha glória visceral e sangüínea
Que herdei em tempos que
Meus ancestrais derrotaram
Tua maleficência!
Mas assim como a neve retorno ao
Líquido puro da vida,
O flúvio que deságua no mar
Torna-se brando,
Tu definharás sob a doçura
De minhas próprias forças
Assim sendo, permito-te
A junção de minha vida.