PERDEDORES (nem tudo está perdido)

PERDEDORES (nem tudo está perdido)

(Autor: Antonio Brás Constante)

Perder nunca foi algo fácil. Independentemente de você ter perdido uma chance, um relógio de ouro, ou mesmo se conseguiu perder alguns quilos. As pessoas são forjadas desde seus primórdios espermatozoicos almejando vencer. Já nessa primeira etapa de sua existência, ou se ganhava a tal corridinha (ou nadadinha) ou se estava fora do jogo da vida.

Nós, seres humanos, buscamos a cada dia superar novos obstáculos, e nos frustramos quando não conseguimos, ou nos estressamos, mesmo quando alcançamos as tais metas que nos são impostas, pois não são poucas às vezes que, para tornar isso possível, nos obrigamos a forçar nossos limites, muito além do que seria recomendável. Porém, lembramos que desistir significa deixar-se levar pelo amargo sofrimento dos que ficaram pelo caminho.

Aos vencedores, o mundo agracia com todos os mimos e gracejos, tratando estes seres como verdadeiros deuses, merecedores das luzes do triunfo. Até os espirros dessas figuras idolatradas tornam-se música aos ouvidos das demais criaturas que ficam à sua sombra, contentando-se em viver como meros expectadores de suas vitórias.

Para perdedores, restam apenas o esquecimento e o anonimato, marcados pelo sentimento de derrota que sufoca seus pulmões, mergulhando-os em um abismo destinado à grande maioria dos habitantes deste caótico planeta.

Se analisarmos nossas vidas, poderemos perceber que passamos a maior parte de nosso tempo perdendo ou perdidos. Perdemos dinheiro no pagamento de impostos cada vez mais pesados, perdemos a juventude e as forças de nossos corpos, perdemos pessoas que amamos (muitas vezes em acidentes estúpidos e sem sentido), perdemos até mesmo tempo lendo textos sobre perdas.

As vitórias (aquelas geralmente valorizadas pela raça humana) são mais raras, pois são buscadas por muitos e alcançadas por poucos. Festejadas não somente pela saborosa sensação de bem-estar que aparentam transmitir, mas também como símbolos de status, transparecendo que somente aquilo é importante, indiferente dos meios que se utilizou e os sacrifícios que ocorreram para se chegar lá. São troféus em forma de êxito pessoal ou profissional que coroam os vencedores com as marcas do sucesso (muitas vezes ilusório e/ou superficial).

Somos vítimas de uma sociedade (da qual fazemos parte, agindo também como algozes), que tenta nos convencer de que o mundo precisa de heróis para guiá-lo em busca de um grandioso futuro, e que por isso devemos nos embasar neles, mesmo que isso não seja o melhor para nós. Porém, se todo este esforço fosse direcionado incentivando as capacidades de cada individuo, demonstrando que todos somos especiais e que dispomos dentro de nosso ser de energia e vontade mais do que suficientes para brilharmos do nosso jeito. Poderíamos começar a mudar a matriz de nossa história, abrindo mão de ser uma simples cópia padronizada, para nos tornarmos algo original.

Quando resolvermos deixar de lado os arquétipos de um mundo devotado à fabricação de ídolos para consumo massificado, fazendo de nosso “eu interior” um amigo inseparável e transformando nosso corpo e mente em um templo seguro onde possamos cultivar a felicidade, sem a necessidade de nos espelharmos em ninguém que não seja nós mesmos. A partir deste momento, seremos todos vencedores, derrotando nosso lado derrotista para enfim podermos viver, amar e crescer de forma plena. Pois, apesar de não termos sido os únicos a nascer, cada um de nós nasceu ÚNICO.

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(Site: www.recantodasletras.com.br/autores/abrasc)

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Antonio Brás Constante
Enviado por Antonio Brás Constante em 21/07/2007
Reeditado em 04/08/2007
Código do texto: T573839