As Inebriadas Contemplações
As Inebriadas Contemplações
1. Todo princípio de entendimento nasce de uma ousadia interna, que nada mais é que "conhecer-se" pelas diversas camadas que nos aprisionam em formal reflexo, tanto nas considerações de nossa autoimagem constantemente tensionada pelas influências externas, quanto no modo com o qual os sentidos entre as coisas são captados, tal como se retratassem o comportamento de um conjunto de diferentes espelhos, entre momentos de orientação e de confusas apreensões.
2. As inebriadas contemplações, percebidas pelos enredos da ideologia, contaminou o mundo a tal ponto que as palavras e as relações lógicas entre elas escravizaram-se pela eficiência da comunicação, pelo que elas subscrevem sempre em poder de mobilização social. Com efeito, os monumentos da ignorância, as "universidades" modernas, que já não guardam nenhum espírito de universalidade, respaldaram o inebrio das ideias movidas pelas paixões torpes e exploraram, até às últimas consequências, a razão sob os devaneios dos poetas da revolução.
Enfim, não cessaram ainda a realização de manifestos em inebriadas contemplações, na inquietude dos suspiros das visões falsas sobre o mundo.
(Escrito por Álvaro Vinícius de Souza Silva, 23/08/2016)