Desincrustando

Pedaços sempre ficam pelos caminhos; Os presentes e os que virão, todos hão de ter um pedaço que fique para trás. Fatos que a maldita insônia sempre trás lá pela madrugada quando faz sua visita; mesmo nas raras vezes que vem, trazendo com ela sabe-se lá qual divindade, o quê.

Quando não essa, a outra, que quando dormindo traz a imersão da falta de ar que obriga acordar e não saber de que lado ficar. Apnéia; estranho até para falar.

São muitos os lados, cada lado é muito. Tudo oscila e se move em pedaços. Cada passo, parte ou traço, de fato se despedaça; dilui-se no céu como uma nuvem num vento forte.

Vejo um bloco de tempo com muitas faces; as passadas e as que passam; vejo todas as partes que elas têm, e tudo que elas são. Meus escancarados olhos entendem; e sabendo, se elevam; despedem-se e pesam. Cada coisa em seu devido lugar.

Douglas Mello
Enviado por Douglas Mello em 23/08/2016
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