Essa é a minha verdade
Não possar doar o que não tenho. Nem oferecer aquilo que é interessante. Na verdade, tudo não passa de matéria. Conformei com meu ser oculto, vazio de histórias e contos. Não posso doar nada mais do que a presença.
Eu aprendi a questionar o amor. Não com intuito de quebrar muros ou desesperançar quem está ao meu redor, mas fazer um reflexo da minha história como pessoa. Tantas vezes me doei pelo amor que - hoje - vejo que nunca doei de fato. Era apenas um corpo desejando o outro.
Por mais libertador que esteja, eu creio que não posso doar nada. As pessoas pedem o meu amor. Dizem para eu aceitar o sentimento alheio. Não! Eu não posso fazer isso. Não posso doar aquilo que não tenho dentro de mim. Chega a ser irônica. Quase uma obrigação. Não acredito no amor e nem que um dia vou encontrar alguém ou um ser vai me encontrar.
Meu corpo e meu (tal) amor não existem. Nem no meu imaginário e muito menos dos outros. Lógico, minha vida não pode ser o reflexo de água dos outros. É apenas um desabafo meu, no canto de uma cadeira, escutando uma música. O momento em que olho para céu azul e entro em minhas entranhas.
Desculpa, essa é minha verdade.