O AUMENTO DA ANSIEDADE

Durante a história da humanidade, desenvolvemos cada vez mais o interesse pelo TER, pela ganância e pela centralização exterior de nosso ser. Passamos a construir o nosso SER a partir de nosso TER. A consciência tem sido construída em cima de estruturas nada saudáveis à alma e, consequentemente, ao corpo. Ao invés de direcionar a construção do ser com base no seu desenvolvimento espiritual e na consciência social e cidadã, fomos buscando espaços nada interessantes à qualidade de vida e pouco saudáveis à humanidade.

Chegamos à modernidade com muitas doenças mentais, depressões, loucuras, ansiedades e outras mais. A sociedade moderna nos obriga a isso. Assim também nossos amigos, vizinhos e familiares ou até mesmo pessoas distantes, exigem de alguma forma que busquemos os bens para que possamos ser através do que temos. Somos instigados a ler, estudar, competir, correr e a viver na paranoia em que mal temos tempo para amar, aproveitar o bem adquirido e contemplar a vida.

Nessa civilização cada vez mais complexa em que todos querem ser donos da verdade, manipular e ter o direito de fazer o que lhe for interessante [constrangendo o outro a não ter o mesmo direito], a velocidade de desenvolvimento e de informação é incrível e incalculável. As coisas já não são como antes. A velocidade é enorme e até incompatível com nossas experiências e capacidades humanas, por isso, vivemos tão doentes mentalmente, sendo afetado também o corpo.

Desenvolvemos meios de locomoção fantásticos, velozes e até supersônicos. Tudo em nome da correria da vida. Queremos conquistar mais rapidamente e ser mais capazes naquilo que fazemos. Nessa velocidade, parece que o relógio está sempre a nossa frente, andando cada vez mais rápido, de forma que os dias se passam e não os percebemos. A vida se vai e apenas pensamos que a vivemos. Vivemos sim, mas tudo muito rápido, sem senti-la, observá-la, amá-la, enfim..., vivemos na angústia do viver moderno.

Esta correria motivada por nossos desejos incontroláveis e insaciáveis e pelas exigências da modernidade, causam danos à nossa alma, que vive aflita e tensa. Estressada! A tensão é tal que, por vezes, o corpo para, mas a alma continua em movimentos. Já aconteceu isso com você, meu amigo leitor? Alguma vez ficou parado enquanto a mente ficou a mil por hora?

Meu amigo, quando adoecemos a alma, o corpo sente os efeitos. Começa a surgir o estresse, raivas, revolta, impaciência, busca desenfreada por prazeres, começa-se a comer o tempo todo, ver vultos, ter alucinações, entre outros. A ansiedade vai longe e quase pira o corpo e a mente. Você sente o sangue ferver e o cérebro pulsar.

O ideal é o ser humano correr atrás de seu desenvolvimento, dos confortos, das honrarias, mas sem abrir mão da espiritualidade, meditação, observação da vida, contemplação do amor, pois como disse Salomão “há tempo para tudo”. Então, meu caro amigo, gaste suas energias na busca de seus interesses, mas reserve tempo para acalmar a alma. Um amigo, Luiz, largou tudo para ganhar dinheiro, mas ele dizia amar muito sua mulher e filhos. Depois disse estar arrependido e que num momento de euforia tomou aquela decisão. Ele poderia ter lutado por seu sucesso sem abrir mão de sua família. Ele precisava equilibrar as coisas dentro de si mesmo. Ele não deveria deixar-se dominar por aquela ambição e euforia, anseio, mas vivê-la com sabedoria e certamente não teria perdido sua família.

Podemos buscar solução nos remédios, como fazem a maioria, mas, meu amigo, não é esse o caminho, o remédio. A solução principal não está fora de si, mas dentro de teu ser. Estamos cada vez mais sofridos. Os remédios solucionam ou aliviam algumas tensões hoje e despertam outras amanhã. Aonde iremos parar? Não deixe seu ego dominar teu ser. Faça da ambição um instrumento do bem e não do mal. Viva intensamente, mas de dentro para fora, pois o que tem acontecido é o inverso que causa tantas dores a alma humana.

Abraço e que Deus abençoe a todos!

Prof MAGNO HOLANDA