Miserável condição humana

Então você se encontra consciente de tudo a sua volta e de si mesmo, você começa a escrever um texto irrelevante que sintetiza perfeitamente o vazio da sua existência, a depressão é sua vida, são todas as pessoas que não podem te ajudar, que não podem te ouvir, que não vão te entender. Você se torna consciente que a solidão do homem é a única coisa absoluta e irreversível, percebe que há aqueles que não perceberam, e os que perceberam fecharam os olhos e seguiram em frente sabendo ou não a direção. Você se sente sufocado entre o flerte com a morte que te deu razão para viver até agora e o pavor de contempla-la no escuro sem nenhuma distração, existindo nas pausas entre a verdade e o incerto. Finalmente chega o desespero, o labirinto ao mergulhar onde não devia e a tentação de emergir novamente já não são mais opções, agora não tem volta, quanto mais ciente dessa condição mais claustrofóbico seu coração se torna e mais distante a ilusão do ser tem significado.

Tristeza é um eufemismo criado por uma mente tranquila quando a ciência de apenas imaginar um mundo de fogo, alarmes, bebês gritando, fumaça cinza, violência curriqueira, se torna concreto. Essa tortura anacrônica que te realiza a sacar que a essência de tudo a sua volta morre aos poucos com você, sua mente se distância e vai parando de funcionar, seu corpo não responde mais, sua alma esvaece...

Você é um carro no acostamento, no escuro, observando os outros passarem enquanto procura a via expressa pois já sabe que não vale mais a pena caminhar.

Você já se perdeu de si mesmo?

Distimia Ambulante
Enviado por Distimia Ambulante em 17/08/2016
Reeditado em 17/08/2016
Código do texto: T5731726
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