A VERDADE É QUE SEMPRE FOI UM QUASE ... (ALMIR PRADO).#_X.

Eu nunca entendi o meu sentimento por você. Nunquinha. Não sei verbalizar também. E olha que eu sou bom nisso. É que você foi meu quase. Nem amor. Nem desamor. Quase. Nem amiga. Nem paixão. Foi quase. Você é meu quase. Mas quase não é lá. E esse sempre foi o nosso problema.E a gente se afasta e se puxa. E se empurra. E volta. E abraça o outro com o olhar. E às vezes nem se olha. E desvia. E convida. E eu não sei, morena.Eu não sei o que é isso. Eu queria saber. Você sabe? Me conta? Eu escuto. Eu sei que eu falo demais, mas dessa vez eu escuto, quietinho.É que você fala bonito. Eu acho que se a gente não fosse quase a gente seria chato, sabia? Eu acho que a gente se gosta nesse morde e assopra que ninguém apazígua porque no fundo, é assim que a gente é. . Mas a gente tem ciúmes. Você tem, mesmo negando todas as vezes. Eu tive, também, mesmo quando neguei. E eu não sei o porquê. Me diz? O que a gente é?

A gente é quase. Eu só sei sei dizer assim. Porque eu não sei se caibo na tua vida. Sinceramente, eu sei que você não cabe exatamente na minha também, pelo menos, não sem bagunçar, e eu tenho tentado manter meu coração organizado, vc sabe morena. . E eu sei onde tá o afeto e medo. E eu sei a gaveta em que guardei o amor e a entrega. E tá tudo tão bakana assim.

Mas você tem um jeito que me instiga e eu não sei o porquê. Nunca soube.

E eu gosto de você porque você sem querer acerta os meus gostos e me diz o que eu gosto de ouvir, tipo qualquer Hard Rock KKK. E porque você me olha de um jeito que ninguém nunca olhou, ou olhou , ou olha, mas nunca eu olhei, afinal, desde os 16 anos eu sabia. Mas eu não posso gostar de você. Eu quase gosto. Porque se eu gostar eu não posso fugir. E eu preciso, sabe morena. Eu preciso fugir disso. Porque você é orgulhosa e de uma teimosia do tamanho do seu pé que é enorme kkk Mentira vc calça 36. . . E a sua voz é engraçada e você dançando é uma tragédia kkk mas adorava dançar maionese. E você é calma e irada ao mesmo tempo e me confunde por inteiro. E quando você me encara de pertinho eu quase perco a vontade de fugir.

Por isso, eu prefiro pensar que a gente é caso de poesia, um Viajante do tempo sem tempo agora. A gente é um projeto de amor vivo que não vive. Porque a gente não foi amor. . A gente não é. A gente é uma coisa bem mais bakana. Eu aqui. Você aí. Nem amor, nem nenhuma outra coisa. A gente é poesia. A gente é verso, e eu amo rimar. A gente é essa coisa que eu amo e odeio. A gente é quase, mas não é. Não foi. Será? Foi quase . . . (ALMIR PRADO)