Velho novo mundo
Evoluímos. Andamos de um lado para o outro na incansável busca pela sobrevivência. Estabelecemo-nos em lugares fixos, criamos raízes. Desenvolvemos instrumentos de caça e dominamos o fogo. Logo, domesticamos os animais, na ânsia de controlar tudo o que nos era ensinado como inferior. Porque pensamos, e evoluímos. Adaptamo-nos feito camaleões do tempo. Elaboramos maneiras de plantio, ingressamos nas atividades da terra, da natureza em sua forma mais primitiva. E, assim como impomos nossa autoridade sobre os animais, estabelecemos o poder em lotes de terra, como se fôssemos donos do mundo.
Sim, evoluímos. Escravizamos os nossos, homens como nós, mulheres como nós. Crianças. Aprisionamos pássaros e almas, voos e sonhos. Trocamos bugigangas por soberania. Conquistamos terras que não era nossa por direito, nem por sangue, mas derrubamos sangue em troca de especiarias e ouro. Catequizamos. Matamos por causas que nos eram desconhecidas. Combatemos por Deus, e pelos homens. Sobretudo, pelos homens. Fizemos dinheiro. Fizemos guerra. Fizemos tudo, menos o que deveríamos ter feito. Evoluímos?