A sociedade e a morte de Deus
"Rogo-vos meus irmãos, permanecei fiéis à terra, e não creais naqueles que vos falam de esperanças de outros mundos! No passado o pecado contra Deus era o maior pecado; mas esses pecadores morreram com ele." (Assim falou Zaratustra, Nietzsche)
O surgimento de pequenas e grandes igrejas, cultos, templos, todas com nomes muito originais, deveriam ser a causa de um homem mais religioso, cristão e apegado a Deus. Porém, o mundo tem estado carente de humanos e cheio de pessoas e a resposta à isso, talvez, esteja no contrário ao que se apresenta: o homem moderno ocidental matou Deus.
Quando a emoção foi trocada pela razão, ou seja, ao abandonar o teocentrismo pelo antropocentrismo, o homem substituiu Deus e a verdade Dele, pela ciência e o apego à matéria que ela proporciona. Com isso, os valores pregados no mundo clássico e o fundamento divino sofrem uma ruptura, e o homem deixa claro que tudo aquilo que acreditou não passou de uma ilusão.
As igrejas e as religiões são inúmeras, mas grande também é o número de pessoas que nelas não estão inseridas, e que há muito já mataram Deus; essas pessoas defendem uma raça humana independente, criadora dos seus próprios valores. Valores não pertencentes a deus algum ou a nada do que ele prega. Eles são próprios e pessoais, dogmas criados por cada humano a fim de torná-lo destituído do medo de não ser aceito no céu, já que não acredita em sua existência. Mas o principal é o fato de que, ao cortar vínculos com Deus, o homem já não possui mais culpa pelo que faz.
Ao matar Deus, o homem não só se liberta do comportamento cristão, mas também decreta o fim da moral que Deus lançou. Com Deus morto, a humanindade moderna fica livre de qualquer mal que cometa a si. Não há mais julgamento pelas leis divinas, essa humanidade apenas enterra Deus e continua sua estrada; está, portanto, Liberta.
Dessa forma, o homem moderno mata, rouba, trai, mente e segue sua vida pelas leis que ele próprio moldou.
Sem Deus, o homem contemporâneo acredita estar apto e certo de suas ações, pois a moral que segue foi criada e constituída por ele, que é quem rege e a modifica conforme sua vontade e necessidade. E assim, vai construindo o mundo ocidental do século XXI: um mundo de homens sem escrúpulos, sem paz e sem olhar ao próximo. Onde a ganância e as vontades pessoais lideram a sua moral. Todos os conceitos que o Deus pregava, o homem moderno anulou para viver seu mundo.