O QUE APRENDI...

Texto de Brenda Solla

A vida me fez mergulhar fundo e entender o lado, digamos que, lógico da ida sem aviso prévio daqueles que amamos, que nos são raros.

Entendi que se soubéssemos o momento certo da partida de quem amamos, não aprenderíamos a viver por puro amor, eu pelo menos não. Viver inclui riscos, fazer escolhas difíceis, aprimorar nossos corações com as porradas da vida. Amar é construir um elo. Uma história infinita, ainda que algumas vezes turbulenta. Amar é energia nova e antiga. Amar a si faz parte do amar o próximo. Nos amando conseguimos sentir afinco a energia do outro. A saudade é a passagem para o reencontro nas próximas vidas. "Ah se eu soubesse que naquele dia partiriam", se soubesse não entenderia o que é a saudade de um amor, de uma paixão, de um tempo que não volta mais. Saberia apenas o que é o reflexo de uma certeza angustiante. Viver tendo em mente que precisamos seguir aproveitando cada momento e cada sensação sem nos mantermos obcecados por um suposto fim, é ter o sentimento de que se construiu um amor ligado a eternidade. Viver em função de uma partida é afogar-se no desespero por uma presença sem real sentido, entende? Não que seja impossível conviver com essa certeza, mas nosso senso de proteção movido pelo racionalismo, pode nos tornar opressores do Viver.

Brenda Solla (minha filha).

Luciana Lua
Enviado por Luciana Lua em 08/08/2016
Reeditado em 27/03/2017
Código do texto: T5722454
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