Espelho Publicitário
Segue um pequeno poema baseado em algumas discussões sobre a vida, o universo e você sabe o resto:
A publicidade destrói o homem.
A publicidade macula a mulher.
Nas paredes, calçadas, praças,
Nos papéis, rádios, jornais,
Nas cores, saturadas ou não,
Nos mares, no ar e no chão,
No silêncio, na dor e sabor,
Num gesto, inquieto, perturbador,
Numa ideia, preconceito e razão,
Num sonho, perpétua ilusão.
O publicitário tem que vender o peixe.
Não há tempo a perder!
As cores certas, segundo a pesquisa,
Conquistam a criança em plena alegria.
A música é calma e serena.
Na medida certa pra mostrar
Que vale a pena.
A confiança esta na voz narradora
Ela não mente, não se faz amadora.
O consumo é necessário!
A liberdade é obrigação!
Querida, compre o que quiser
Não se acanhe, abocanhe,
Pois o cartão não vai estourar.
Querido, você deve levar
Não se acanhe, abocanhe,
Pegue tudo enquanto puder.
Sem concorrência não sabe quem é melhor
Em sua fé deve merecer os céus.
Será a a publicidade o problema ou o reflexo?
Enquanto fica aí discutindo,
Vou ali tomar um café e, quem sabe
Fazer outro poema
Ou um pensamento
Ou massagem nos pés.
EnquantoHouverSegundos, 30/07/2016