O caminho da escrita
Talvez alguém me pergunte agora por que eu escrevo. O que eu direi? Que não há apenas uma resposta, porque a verdade é que sempre, desde menina, eu me senti condicionada a fazê-lo, porque sempre gostei de observar e analisar o que existe e, com o tempo, eu também fui vendo que escrever podia ser a minha forma de fazer perguntas sobre o mundo, analisar-me, dar voz ao que existe dentro de mim, gritar, fazer-me entender, expressar meus amores e ódios e até mesmo protestar contra o que o que entendo ser ou estar errado. Escrevendo, eu tento ser ouvida, ainda que me expresse em silêncio.
Quem escreve, deve entender algo:tem que se sacrificar pelas palavras, porque o caminho do escritor é tortuoso, cheio de espinhos, trazendo muitas dúvidas, medos e pouco reconhecimento.
Eu sempre tenho dúvidas e medos. Antes de começar um texto, eu me pergunto: "Será que o assunto é relevante?"; "Vou saber colocar bem as palavras?"; "Alguém já não escreveu isso antes?"; Mas, com medo ou não, eu tenho de prosseguir. Erros, sei que vou cometer e sempre cometerei. Entretanto, eles são inevitáveis no caminho do autoaperfeiçoamento de um escritor, que nunca deve se considerar pronto, mas sempre em processo de aprendizado e procurando interagir com o mundo para escrever mais e melhor.
Sobre o que escrever? Dá para escrever sobre tudo, pois nada é insignificante e desprovido de valor. Qualquer fato, tudo pode ser analisado, virar tema para um conto, crônica, poesia, romance ou ensaio se o escritor for hábil em conduzir o assunto e não se perder durante o seu desenrolar(erro que até escritores experientes podem cometer).
O caminho da escrita se faz todos os dias, letra a letra, em meio a dúvidas e tropeços. Tenho tropeçado em muitas pedras, mas todas as vezes em que tropecei me ajudaram a aprender lições valiosas. E sei que o meu caminho, mesmo difícil, é o correto.