O UNIVERSO TRINÁRIO
A ciência humana, já há muito tempo, percebeu que todas as idéias se estabelecem aos pares no nosso mundo. Amor e ódio, bonito e feio, alto e baixo, bom e mau, doce e amargo, certo e errado, o bem e o mal, numa sequência interminável.
Essas conclusões, como tantas outras, demandaram séculos para que a ciência racional pudesse chegar a elas. Não podemos dizer que seja em todas as questões, mas quanto ao Universo Binário, o caminho poderia ter sido bastante reduzido. Senão, vejamos.
Eclesiástico 42;21 a 26 – Formosas traçou a grandeza da sua sabedoria; o que é antes do século e até o século, nem se lhe tem acrescentado nem diminuído, e não necessita do conselho de ninguém. Quão desejáveis são todas as suas obras, e o que delas se pode considerar é como uma faísca! Todas essas coisas vivem e permanecem para sempre, e em toda a necessidade todas lhe obedecem a ele. Todas as coisas se acham a duas e duas, e uma oposta à outra, e nada fez a que faltasse coisa alguma. De cada uma confirmou os bens. E quem se fartará vendo a sua glória?
As observações da ciência se restringem ao nosso Planeta, quanto a essa característica binária, é claro, mas a Bíblia indica que ela é universal, o que pode apenas ser imaginado pela nossa racionalidade, pois não podemos observar o Universo por inteiro. Entretanto, na antiga quebra de braço entre Ciência e Religião, nunca houve espaço para concessões mútuas, com a instauração do radicalismo associado ao fanatismo, ficando por conta do decorrer do tempo, a ocorrência das confirmações, ora favorecendo esta ora aquela, mas sempre se mantendo as conclusões no terreno dos conhecimentos improváveis, de ambas as partes, em se tratando de conhecimentos relativos ao Universo. Em termos de especulações, entretanto, a Ciência ganha de goleada, lembrando que especulações e teorias carecem de comprovação.
Contudo, para felicidade geral, da Ciência e da Religião, temos dois poderosos instrumentos, ambos inseridos na evolução, a serviço de ambas. A Ciência conta com o progressivo desenvolvimento da Tecnologia, que às vezes a engana, e outras vezes a esclarece. Por exemplo, cedo ou tarde, ela descobrirá que o Universo é uma Esfera, que ele é estático, porém sem limites, pois ele é tudo, não havendo nada fora dele, mesmo porque o fora não existe, e ainda que a expansão, apenas do Terceiro Princípio, é limitada e circunscrita, pelas três Forças: Centrípeta, de atração convergente; Centrífuga de expansão divergente, e de Rotação envolvente (envolve a atração e a expansão) mantendo todo o conjunto no mais absoluto equilíbrio, zerando a oposição da atração e expansão. A Religião, por sua vez, conta com a evolução das revelações espirituais, e com a Promessa:
Portanto não os temais; porque nada há encoberto que não venha a ser revelado, nem escondido que não venha a ser conhecido. O que vos digo às escuras, dizei-o às claras; e o que lhes é sussurrado ao ouvido, proclame-o de cima dos telhados. (Mateus 10;26,27)
O Teósofo Jacob Boehme recebeu o maior volume de informações que se possam desejar, através de revelações espirituais, inclusive as relativas ao Universo, há quase quatro séculos. Mas onde se encontra o Cientista que reúna condições para compreender e interpretar as suas revelações? Fica o desafio para a arrogância racionalista. Quanto à disposição binária do Universo, aqui ficamos no terreno da improbabilidade, mas aos curiosos, fica o convite para examinarem a ilustração da folha número 67 do livro “Caminho Para o Tudo”, postado aqui mesmo no Recanto.
Vejamos o texto da Revista “Super Interessante”, edição 357, sob o título: “É Razão ou Intuição?” (...) ”Cada vez mais os cientistas se dão conta de que os aspectos espirituais, emocionais e intuitivos da vida são fundamentais, e que sem eles, a compreensão do Universo jamais estará completa”, cujo trecho é parte da crônica do seu Redator Chefe Denis R. Burgierman, e que se identifica perfeitamente, com o trecho do livro “Deus e os Astrônomos”, do Astrofísico Robert Jastrow.
“Neste momento parece que a ciência nunca será capaz de erguer a cortina acerca do mistério da criação. Para o cientista que viveu pela sua fé na força da razão, a história encerra como um sonho ruim. Ele escalou as montanhas da ignorância; vê-se prestes a conquistar o pico mais alto; porém, à medida que se puxa a rocha final, é saudado por um bando de (Teósofos) que estiveram sentados ali durante séculos”. (Teósofos substitui Teólogos)
Nessa reunião no pico da montanha, certamente estava o Teósofo Jacob Boehme, morto há quase quatro séculos, sentado com os demais Teósofos lá no topo da montanha. Para encurtar o caminho, e para se juntarem ao seu colega R. Jastrow, os demais físicos e astrofísicos devem ler o livro de Boehme, “Os Três Princípios da Essência Divina”. Somente isso lhes será suficiente para encontrar o que tanto procuram, mas, obviamente, se conseguirem interpretá-lo.
Contudo, a condição trinária do Universo deve ser observada sob três aspectos distintos, ou seja, na sua contradição quanto às idéias, e também na sua contraposição no Espaço, esta, somente quanto à alocação dos seus integrantes, os corpos celestes, sempre dois a dois, onde fica mantida a mais absoluta individualidade de todos eles, o que significa que a procura por um Planeta idêntico ao nosso e com as mesmas características vitais, é uma total perda de tempo e de recursos financeiros, que poderiam ser utilizados na preservação do meio ambiente do nosso maltratado Planeta, na saúde e alimentação dos povos mais carentes, e na melhor educação de toda a Humanidade. O terceiro fator é a harmonização das contradições.
Os sentidos, como sentinelas, captam as imagens, os sons, os odores, os sabores e as texturas. O intelecto absorve as idéias e as processa, promovendo o seu intercâmbio na esfera racional. O espírito perscruta até as profundezas de Deus, e pode transformar suas percepções em idéias para si mesmo, associando-as à racionalidade, mas o seu intercâmbio espiritual escapa do seu poder, pois essa evolução é individual e intransferível, sem que tenha ocorrido a imprescindível evolução paralela e compatível, do seu próprio semelhante, permitindo a reciprocidade das trocas. Essas condições são irrevogáveis, como regras do Arquiteto do Universo, as quais são liberadas, pela misericórdia no seu conjunto, pela graça no intelecto e pelo alento no espírito, oriundas das concessões da Trindade, sem as quais não poderá ocorrer a transcendência da racionalidade, para alcançar as efusões espirituais.
Deus, porém, revelou-as a nós pelo seu Espírito. Pois o Espírito examina todas as coisas, até mesmo as profundezas de Deus. Pois, qual dos homens conhece as coisas do homem, senão o espírito do homem que nele está? Assim também as coisas de Deus, ninguém as conhece, a não ser o Espírito de Deus. Não temos recebido o espírito do mundo, mas, sim, o Espírito que vem de Deus, a fim de compreendermos as coisas que nos foram dadas gratuitamente por Deus. Também falamos dessas coisas, não com palavras ensinadas pela sabedoria humana, mas com palavras ensinadas pelo Espírito Santo, comparando coisas espirituais com espirituais. O homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são absurdas; e não pode entendê-las, porque se compreendem espiritualmente. Mas aquele que é espiritual compreende todas as coisas, ao passo que ele mesmo não é compreendido por ninguém. Pois, quem jamais conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo. (I Coríntios 2;10 a 16)