Para haver a harmonia que busca, seja ela.
Muitas vezes, quando paramos e meditamos um pouco além do habitual e daquilo que a correria do dia a dia nos permite, encontramo-nos à deriva em meio a um oceano, onde o azul do mar e do céu não se esgotam. Estamos lá, nós com nós mesmos, sem plateia, sem aquilo ou aquilo outro para fazer: apenas o nada.
Lá não tem colega de trabalho para culpar nossos próprios fracassos; não tem a família para desabafar angústias e tampouco culpá-la por aquilo que viemos a ser; não tem parceiro afetivo para projetarmos nossas neuroses; talvez até mesmo Deus nos tenha poupado esses minutos e ido fazer outras coisas, deixando-nos, porém, com toda a carga apenas com nós mesmos.
Este é o momento que paramos e vemos que o caos que existe em nossa mente, é nosso e apenas nosso. Sim, foi criado e alimentado por nós por comportamentos egoístas, mesquinhos e teimosos regidos por uma força negativa chamada orgulho.
A
Se formos humildes, saberemos nos calar; se formos mais uma vez orgulhosos, a língua já afiada estará pronta para rebater e, mais uma vez, reclamar de tudo, de todos e de como os outros atrapalham nossas vidas.
Entendamos: o outro é um espelho de nós mesmos. Aquilo que incomoda no outro é exatamente aquilo que somos. Não apenas a filosofia explica isso, assim como a psicologia, o misticismo e qualquer saber de ordem popular.
Vamos respirar. Aceitar. Transformar a nós mesmos em vez de apontar o outro.
A harmonia se consegue quando ela existe em nós mesmos.
Não é nosso trabalho, nossa família, amigos, parceiros, sociedade que nos faz ter menos ou mais paz interior. Somos nós.