Loucura e sanidade

Cada era julgou o ser alienado sob um prisma peculiar. Na idade média, tempo em que o entendimento das ambiguidades e o transtorno causados pelo abatimento das grandes verdades, numa atmosfera de corrupção, decadência e a hipocrisia da Igreja, que levou o homem imerso na perplexidade e na dor, a um caos existencial, uma época voltada para a bruxaria e a demonologia, quando os dementes eram tidos como endiabrados, possuídos, e eram degredados, punidos com desumanidade, recolhidos à masmorras, prisões e até queimados.

Durante a Renascença, artistas e homens brilhantes, sábios, filósofos, grandes inteligências, com a faísca do Divino em sua visão, foram vistos como exaltados e desvairados, muitos foram perseguidos.

E, segue o homem para a idade moderna portando sua culpável incapacidade, onde os sãos, ignorando que a razão tem limites na imaginação, diagnosticam e delegam o destino dos doentes mentais às trevas dos hospícios e à experimentação da indústria farmacêutica.

Hoje, quando poucos pensam e analisam, e a maioria delira em suas modalidades de loucura, alguns entendem que a rebelião da loucura é uma metáfora da realidade e, que o louco está mais próximo do sublime do que o juízo dos homens.

J Starkaiser
Enviado por J Starkaiser em 25/07/2016
Reeditado em 23/07/2023
Código do texto: T5708927
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