Divagações

1 - Olhar o mundo e entender as coisas das quais faço parte, buscar nos campos o complemento daquilo que o ser necessita, o sentido da vida pode ser encontrando em uma simples ação: contemplação. Retirar dos olhos o véu que a sociedade busca colocar, ver o mundo sem nenhuma obstrução, entender o ser humano como ele de fato é: frágil, perdido no meio do espaço sem limites, boiando no meio do universo da qual ele não é capaz seque de imaginar a forma. A mente é um cavalo livre que busca cavalgar por terras nunca antes vistas, quando se cansa busca um momento de paz, se alimenta e no dia seguinte vai mais longe do que antes se encontrava, sempre em busca de coisas novas, de outras sensações.

2 - A escrita nos da o poder de sermos onipresente. Se agora me encontro aqui presente, neste pequeno espaço que comumente chamo de lar, quando me ponho a escrever posso me descrever no topo do Everest, no meio dos ventos frios e ar rarefeito. Assim, depois que houver eu escrito e alguém se disponha a ler, estarei de fato lá, mesmo que por alguns instantes, através da mente dessa pessoa. Passei por diversos lugares do mundo, posso, através da imaginação, viajar mais do que qualquer pessoa um dia de fato fez, posso sair da terra e visitar outros planetas, posso me fazer por instante atemporal e ser coevo de Galileu ou Platão. A escrita, quando realizada dessa forma, nos permite ser Deus com controle completo de sua criação. Não há livre arbítrio naquilo que escrevemos, escrevemos tão somente, assim, pronto, e caso eu queira me matar no topo do Everest, basta você, que agora me lê, me imagine morto, pronto! Estou morto no topo do Everest mesmo que me encontre verdadeiramente vivo em um pequeno espaço chamado lar e não tenha nunca viajado para fora do país.

3- Quando reflito no que há de místico na vida (dando destaque às religiões) tive, até então, três estados de consciência, primeira a que acreditava em Deus, segundo quando deixei de acreditar em qualquer mistério que o mundo poderia oferecer, terceira, e atual, a abertura para duvidar de tudo (no sentido de acreditar na possibilidade) buscando o "fio de ouro" que há no mistério da vida e nas religiões. Porém algo sempre foi constante em meio as atribulações do pensamento, a admiração pela natureza; se há algo exterior que me afeta "interiormente" é, sobretudo, a contemplação pela natureza. Será que esses momentos de elevação poderia dar abertura com um contato divino? Crio em mim uma ligação não de Corpo-Alma, mas sim algo mais amplo como Corpo-Alma-Natureza, ou seja, há nos momentos de elevação uma ligação real com o mundo (ou talvez universo, mas não chega a tanto rs).

Vinicius Marques
Enviado por Vinicius Marques em 25/07/2016
Código do texto: T5708525
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.