Alerta: Caos!
E tem sido assim todas as manhãs, sua sempre mesa vazia, não te encontro no café e nem nos corredores. Em minha mesa o calendário insiste em mostrar que uma semana se passou, sinto como se fosse um ano (hipérboles respeitosíssimas), sendo assim ainda faltam dois anos, se minha contagem procede. Contagem vã. Eu queria você. Mas, eu também queria estar em Paris. Eu também queria um carro. Eu também queria aquela bolsa da vitrine que me fez morrer de amores. Quereres, minha vida se faz deles. Eu fico aqui tentando racionalizar o que sinto, tentando dar nome aos bois, tentando entender que diabos nossas vidas se cruzaram. Só queríamos prazer, mas a vida debochada que é, nos surpreendeu com essa porrada de coisas que ninguém entende e talvez nem queira entender. Deveríamos ter nos permitido colocar as restrições de uso, tipo: "É proibido enviar mensagens no dia seguinte." "Envolvimento apenas por prazer, favor não ignorar." "Dosagem única." Se respeitadas poderiam ter facilitado nossa vida agora e eu ainda estaria curtindo a minha melhor vibe e você estaria vivendo sua solteirice de balada em balada. Mas, por causa das noites que passei com você, estou aqui, já é tarde da noite e eu tive que procurar um papel pra expurgar sua lembrança de mim, eu que já não escrevia com tanta freqüência. Você não vai entender bolhufas dessa minha confusão, e tudo bem por isso, nem todo mundo sabe lidar com minha intensidade, eu já me acostumei a não ser compreendida. Também me acostumei a transbordar. Logo, se eu não comporto a mim mesma, quiçá você! Que fique então alertado: eu não sei ser cais, e o meu porto não é dos mais seguros... Eu sou inteira caos!