Jóias raras
       Entre tantas jóias que tenho guardado ao longo da vida, uma delas, compartilho com gozo, é a premissa da amizade.
       E quando penso em amizade, logo me vem à mente, alguém que tomo como referencia. Serve-me de espelho, para que a imagem que tenho de mim, possa se produzir mais clara, menos embaçada por dúvidas, receios e medos.
       E por falar em referencia, logo me vem à mente, o valor da intimidade. Daquela pessoa, que chega desprovida de soluções para tudo, busca fonte de inspiração em teorias, mas, valoriza aquele saber de contato com o outro.
       E por falar em intimidade, logo me vem à mente que intimidade, tem valor de verdade. Mas, a verdade desta pessoa, pode não ser a minha verdade, e nem por isso nos tornamos rivais, muito pelo contrário, juntamos às forças, as verdades inteiras, as meias verdades e fizemos disso tudo um bom prato para ser degustado em parceria.
      E por falar em parceria, logo me vem à mente, que quando elegemos alguém como nosso parceiro (a), disponibiliza-se um ombro para que a cabeça tenha um lugar para se recostar nos dias difíceis, mãos que acalentam, pegam firme, nas horas de ansiedade. Lábios que saibam proferir palavras das quais tem sabor de mel, que edificam a alma, a mente e o coração do atento ouvinte.
    A graça da amizade, das relações humanas, da comunicação e, interação, está no fato, desde que foi nos dado o “sopro da vida”, precisamos uns dos outros para sobreviver ou subsistir. E esta marca enquanto presença humana que nos cativa, e ausência/falta, produz em nós o que chamamos de saudade.
E por falar em saudade, logo me vem à mente que saudade é prima irmã da amizade, ademais, andam lado a lado.

Por Águida Hettwer
Homenagem a riqueza das amizades
21/07/2016