A verdade que não era a minha

Segui uma verdade que pensei ser mãe de todas, por ser a verdade que herdei. Descobri que aquela verdade, não propriamente não era verdade, sim era, apenas não era a verdade absoluta. Não sei se existe uma verdade absoluta. Era a verdade de quem eu seguia apenas; era uma gota pingando no oceano; apenas. Quando os heróis se corrompem ou caem, tudo volta para apenas o que nossas mãos podem fazer. E o que elas não fazem, quando mesmo assim ainda existe, é em forma de sonhos.

Impressionante é, para mim ao menos, que já sei disso há muito tempo; e penso agora no quanto de mim aceitava aquela verdade como minha. A balança se move, e já não é mais. Impressionante, que talvez a balança das possibilidades possa ter pendido naturalmente ao meu favor, e eu mesmo a prendia no desespero de não deixá-la se mover para baixo. Dessa forma, para lado nenhum se moveria.

Hoje sei que seguindo aquela verdade meus passos não me levarão sequer à esquina que meus olhos alcançam; vejo muito mais longe, e almejo o ainda mais distante. Percorri as distâncias além de tudo que conhecia e que ainda hoje não sei medir; voltei para a casa mais minha de todas e encontrei um alguém meio eu que esperou ansioso esse tempo todo por esse encontro; parecia sempre ter sabido que esse retorno aconteceria. Essa verdade é a mais pura, absoluta talvez; estou aqui e a minha bandeira está içada.

Douglas Mello
Enviado por Douglas Mello em 20/07/2016
Reeditado em 21/07/2016
Código do texto: T5703628
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.