A primeira vez, nunca esquecemos.

Pra quem não me conhece.

Sou um estabanado mesmo, com as coisas de amor.

Sempre pro trabalho, pondo de lado as coisas de coração.

E foi, que a conheci.

No primeiro dia, só em sua mão foi que peguei.

Mas, acostumado com o pesado e com as mãos cheia de calos.

Apertar aquela maciez, pra mim foi mais que merecido.

Onde chutando latas pra casa voltei.

A, sem antes marcar um novo encontro.

Aquela noite, pra mim foi um martírio, insônia invadindo.

Onde descobrira que nunca tinha beijado.

Sabe como são pensamentos, vem logo os si.

E si, ela não gostar e se ela achar que sou um capital, que não sabe beijar.

Acordei, no dia seguinte com olheiras, por mal ter dormido e como o encontro, seria no mesmo dia, estava numa sinuca de bico.

Dai agarrei a pensar e achei uma solução, teria que treinar a beijar.

Peguei uma maçã, das parrudas, acho que por isso que é a fruta proibida, a do pecado.

E beijei muito, a minha moda confesso, se errado ou certo, de língua, ou bitoca, beijos curtos ou demorado, confesso que a maçã, sofreu.

Não em minhas mãos e sim na minha boca.

E chegado à noitinha, com botas escovadas, lavanda nos cabelos e mascando um chiclete, lá fui todo engomado, mais parecendo um pinguim.

Detalhe cansou de esperar e ela não apareceu.

Que deu vontade de chorar, a isso confesso que deu.

Pois Homem, não gosta de levar bolo.

Mas veio a cabeça a preparação para o meu primeiro beijo.

E ri muito, do tamanho da baita da bobagem.

E chegando a conclusão, que minha felicidade, tinha sido de um só dia.

Sapatos apertando no pé, suado pra modos que ninguém merece.

Arrepiei caminho, no mesmo passo que vim.

Mas de uma coisa, ficou gravada em minha memória.

Pois a primeira vez nunca mais esqueceu.

E sempre que lembrar, claro que irei sorrir.

Em vez de uma donzela, uma maçã, foi que beijei.

Tracajá

Tracaja
Enviado por Tracaja em 20/07/2016
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