Ópio

Ópio, a ti sou declaradamente adicto.

Nenhuma outra droga faz minha hipófise e meu hipotálamo trabalharem em mais perfeita harmonia.

Ao teu lado minha homeostase se desequilibra e são jorrados: Oxitocina, adrenalina, dopamina, outros hormônios e neurotransmissores que desativam meus pensamentos, ânsias e tristezas.

A onipotência paira sobre meu ser, quando estou dentro de ti.

Nem o Sol, astros e constelações conseguem ser tão expressivos perante à sua beleza e inteligência.

Agora que meu corpo encontra-se distante do teu, sinto à desgraça da abstinência.

A droga do nosso amor é tão viciante que tenho vontade de consumi-lo à cada fração de pico-segundo.

Não vejo a hora de acalentar meus vis instrumentos de prazer em tuas partes para tentar te fazer feliz, mesmo que por horas.

Todavia, apesar da expressiva distância que nos separa, minha mente consegue te pressentir em tudo.

Desde uma singela folha que cai no chão à mais veemente radiação enviada pelo cosmos, consigo pressentir o meu amor.

Raramente clamo por outros deuses, mas venho à rogar desesperadamente ao Cronos. Oro para este titã com o intuito do mesmo comprimir o tempo nestas infindáveis horas em que estamos separados, e para dilatar o "crono" nos curtos e escassos momentos em que estamos juntos.

Não tenho como comprovar o quanto sou adicto à ti, mas tentarei d todas as formas possíveis e impossíveis.

Você é o meu ópio e meu antídoto, é meu amor