Digitais
Há sempre digitais, que não são minhas, passeando por minhas produções. Fantasmas que buscam visitar os meus porões e fazer barulho junto com meus demônios.
Encontro sempre vozes falando em diálogo comigo nos breves rascunhos que rabisco. E quando penso que caminho só, há, ao meu lado, a companhia de uma multidão que ficou em mim.
Sou eu um povoado habitado por todos que encontrei.
A pureza sempre foi maculada. Não há nada de mim, contudo, há demais de mim. Uma mistura de estantes e encontros que resultam em um único, todavia, resultado de vários..
Com mais de mil mãos produzo. Estou sempre acompanhado e derrubo da estante o interlocutor a todo instante. Sem contar nas marcas que tenho; resultado de outros. O Outro sempre está em mim.
Mário Paternostro