Homem de fim de festa
É incrível observar o homem de fim de festa,
Bêbado, sem graça, e, pior de tudo, se achando.
A festa já acabou, as luzes a muito se apagaram,
Mas ele, vida vazia, sem ter pra onde ir,
Sem ser algo, além do bobo da festa,
Insiste em permanecer no local;
Embriagado, sozinho, e completamente inconveniente,
Assim é o homem de fim de festa.
Ela já não consegue discernir entre o certo e o errado,
Sua fala embaralhada, cuspida e repetitiva,
A todos incomoda, irrita e até constrange, mas,
Talvez, por educação, ou por terem sido bancados por ele na noite passada, dos que ainda permanecem ao seu lado, ninguém se rebela.
Logo seu organismo da sinais de fraqueza, e então,
Para fechar a noite com chave de ouro, ele vomita,
Tudo que comeu na noite anterior, e muitas besteiras em forma de palavras, e, logo depois desse vexame horrível, ele chora,
Se abre a todos os presentes, mostrando sua total fragilidade,
sua descompostura, a total falta de respeito próprio, e pior,
Sua total falta de censo do papel ridículo que representa.
O homem de fim de festa é assim, literalmente o fim.
O fim da vergonha, o fim da masculinidade,
O fim da própria dignidade, enfim,
O homem de fim de festa é simplesmente o fim!