Você sabia

Você sabia

Que era uma mentira;

Que seu lugar não era aquele

Mas se recusava a acreditar.

Sabia que eram diferentes

Outras vontades, outras mentes.

E apenas você, como sempre,

Deprimente, tentando se encaixar.

Deprimido eram todos que viam

Você, um pobre coitado

Inutilizando-se.

E algum dia você veria

Que ser transparente é uma virtude

E não uma derrota.

Que de nada adianta destruir-se

Se não pode construir-se diferente

Do que já estava acostumado.

Que quando desistisse de se abastardar

O choque imenso lhe faria perceber

Que você sempre será você.

E voltaria a ser quem sempre foi,

Consciente de que seria sempre um.

Nada.