Angélicus

Penso em escrever

As palavras se esvaem

Pois, temo ser

Quem não sou mais

Sigo à esmo

Encontro rostos

Mãos que se tocam

Lânguidos lábios de veneno

Penetrou minhas veias

Percorreu-me o sangue

Não o temi

Fiz-me ali

Dois corpos em ânsia

Sob a luz tênue

És tão frágil

Meu adorno de cristal!

Penso em parti-lo

Quero partir!

Estilhaços me fazem mal...

Vou guardar

Um anjo fugidio

Em minhas mãos

Doces olhos castanhos

Amêndoas doces

Ainda sinto o gosto

O cheiro açucarado

Do seu hálito exalado

Canta o galo

Cante em meu chegar

Canta para o sol nascer

Cante para meu ninar.

Madame F
Enviado por Madame F em 12/07/2016
Reeditado em 13/07/2016
Código do texto: T5695987
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