Sua tão grande culpa!
... E lhe apontam o dedo com toda convicção. De que você é o culpado... De que você irá pagar... Que você, você, você!, sem parar. O ego não aceita que o erro é dele. O erro é sempre do "eu", sempre. Nunca é do você. Mas não temos capacidade de aceitar isso. O ego se dói, e como consequência da não aceitação, o eu aponta o dedo. Foi você! Não, foi você. Ta louco?! Eu não fiz isso, você fez. E é isso eternamente. Entra ciclo, sai ciclo... Gerações e gerações... E o dedo não sabe parar de apontar. Não muda. É algo pseudo-atemporal... Mas se algo bom lhe é atribuído, o ego, maior que o universo, se infla mais ainda. Ta vendo isso? Fui eu. Eu fiz isso aí. Me orgulho de mim por ter feito isso... E mesmo nessa situação, o dedo não para de apontar... Dessa vez, ao invés do indicador, o polegar, apontado pra si mesmo... E batem no peito com orgulho... E cobram respeito pelo feito memorável... E apontamos o dedo com toda convicção quando o plano dá errado... Culpa sua, sua, sua e tão somente sua! No fim, somos mesmo todos iguais.