Na hora errada
Parece que conheço esse lugar,
já estive aqui uma, duas, três, quatro vezes.
Até consigo ver minhas pegadas,
e as marcas das minhas lágrimas nesse chão.
Procuro algum sinal que me indique o motivo,
o motivo de estar aqui volta e meia.
É que talvez eu esteja trocando os pés pelas mãos como sempre,
atropelando as coisas, acelerando os dias,
chegando na hora errada.
E então, me torno só mais uma pessoa,
aquela que você jamais verá novamente,
aquela que foi legal, especial, inesquecível,
e você não entende o porque de ela ter sido tão magoada anteriormente pelos outros caras.
Talvez seja pelo mesmo motivo,
talvez o erro esteja nela e nessa mania de querer o que não pode ter.
É engraçado o quanto as histórias são parecidas,
sempre alguém está mal por alguma coisa,
mas sempre sou eu quem precisa ser salva no final.
Nessa brincadeira, um se envolve mais,
e no final, sou eu quem sai quebrada.
Não há mais nada que se possa fazer.
Não é fácil sentar e esperar,
quando você sente que está presa nas cordas da frustração,
e qualquer atitude sua seja como algo de tamanha importância para o futuro.
Você é responsável por isso dar certo ou não.
Se você não falar, você morre entalada com os seus sentimentos.
Se você falar, você morre asfixiada por todos eles.
Porque você sabe...
você sempre soube:
Ele ainda pensa nela.
06 de julho de 2016