Infinito
Busco equilíbrio,
canto.
Busco claridade,
choro pra lavar os olhos.
Busco forças,
voo.
Estou à deriva
ao sabor dos ventos invisíveis e afloram em meu ser compassos milagrosos que me sustentam cansada.
Brotam raízes profundas
sem atropelarem
minhocas,
rotas,
cobrem necessidades que trago comigo para escapar pelo esquecimento ou merecimento.
Desespero-me às vezes
enquanto seguro pesares.
Desespero-me trêmula como flor ao vento.
Salvo-me pelas letras vitrificadas.....
Escuto-as umedecidas, vindas do infinito de mim, de nós.
Sinto fome e sede, às vezes horror.
Sinto a noite chegar ao meio dia e fico vazia.
Vazo entranhas buscando aromas e silêncios.
A Luz é sangue
Escuro é bronze e corro pela vida como cálido ou gélido rio e há encantamento nas portas fechadas, janelas abertas.
Ouço feras.
Muros separam-nos-nus-
Deve ser a seca
Deve ser porque não vi o espelho da vida que revelaria a trêmula expressão de seu sofrer também.
O Infinito derrama-se junto aos cristais de meu Planalto Central!
É um milagre que ainda esteja aqui pra lhe dizer que conheço o cerne de minha terra, que abraço seu coração com o maior amor que posso lhe dar e peço-lhe::: Prepare o ninho improvisado dentro da quietude e resguarde seu desejo pulsante entre cipós retorcidos por necessidades.
Por Amor! Peço-lhe que nada ouça, nada de mim, ouça somente a semente que cicatriza a Terra e voa delicadamente em busca da fragrância e o néctar!
Não procuro esconderijo
estou aqui!
Às vezes em repouso demorado,
náufraga dos ideais,
da voz,
das letras entorpecidas,
roucas,
enlutadas,
silenciosas,
ofegantes
mas sempre estarei aqui!
Moro no Infinito!
O que me escapa, é por ignorância.
Confio na intuição.
É a guardiã do exílio, rasga sempre véus padecentes até chegar em suas misérias viscerais, seus grilhões amaldiçoados.
Sonho com o INFINITO e o que é o mesmo?
Creio na calma
Na véspera
No rio quedando-se ao mar devolvendo à Terra o que é dela
É o reencontro.
Que assim seja......
Meu coração espera desertos.
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