DOS NOSSOS TEMPOS CONECTADOS:
Percebo que maturidade, mesmo se sendo gente crescida, é um degrau difícil de se alcançar, mas com esforço e experiências noscioceptivas da vida, com despreendimento das " birras", acabamos por chegar lá.. um dia.
Agora, equilíbrio emocional me parece um dom, algo que independe da vontade e da maturidade.
Ato continuo , ontem eu ouvia, numa discussão teológica, a explicação sobre algumas virtudes (teologais e cardinais) que fazem a nossa vida melhor, mais tranqüila, mais feliz.
Falava-se em temperança, dentre outras importantíssimas.
Parei pra pensar um pouco nos agitados e conturbados dias de hoje. De fato, temperança é a irmã gêmea do equilíbrio.
Depois se falava em noção de si mesmo.
Essa, de fato, é árdua de se alcançar e manter nos violentos dias de hoje.
E sem a exata noção de si mesmo raramente conseguimos ter a noção exata do outro. Nasce a violência.
Então, seguimos na inexatidão do todo conectado sem conexão interior sequer consigo mesmo, sem identidade, num todo cada vez mais inexato e despersonalizado.
Falou -se em empatia: bem, num mundo sem noção do todo, como esperar que alguém se coloque no lugar pontual do outro?
O todo não existe sem as partes...portanto seguimos sem todo...já que seguimos sem partes.
Muitos querem falar, mas muito, muito poucos têm o dom de ouvir. Nem a paciência sobreviveu, outra virtude ABANDONADA.
Ouvir não se aprende nas escolas sequer de maior graduação, é dom inato que se exercita com a graça da compaixão; que só se consolida com o auto despreendimento: o da vaidade, o da arrogância, o do narcisismo.
Só na caridade crescemos.
E assim seguimos, nesse mundo surreal de insanos estereótipos perfeitos, todavia algo mudos, surdos, egocêntricos, numa multidão sem rosto, de todos incompletos, robotizados pelas opiniões das midias, inclusives das sociais, cada vez mais desnorteados do senso razoável...da crítica saudável.
Um todo moderno e conectado, alienígenas do auto conhecimento e reféns dos vícios que nos desconectam do principal: de nós mesmos