O Balão
Lançou-se ao céu
Embriagado pelas estrelas
Flutuava leve e brilhava intenso
Desbravando a noite escura e desconhecida
Pairava sobre a cabeça dos mortais ingênuos
Esquivando-se das correntes contrárias
Pleno, e vivo, de fogo e papel
De sonhos e beleza
Delicadeza advinda da destreza dos mortais
Que pelas mãos habilidosas deram-lhe a vida
Que agora do chão, observavam quietos
A pequena e sutil magnitude que compartilhava
Subia
Desfilando sua beleza pelos caminhos recoberto de estrelas
E a noite já não era fria
Era calor, de abraços, sorrisos e conversas etílicas
Eram olhos atentos
Olhos de corujas curiosas
Observantes na ciência de cada passo
No gentil e doce deslocamento sob a noite
E tal como subia
Descia
Recebendo os aplausos internos dos corações admirados
No silêncio das horas que pousavam na varanda
Era luz, e beleza
Sem perigo
Sem intenção de machucar
Era somente pleno, e vivo de fogo e papel
Que roubava a atenção
Daqueles mortais, cujo coração flutuava junto
Desbravando sonhos e sensações
Calmos, no momento exato
Em que o relógio perdia-se
No contar das horas
Enquanto o som das risadas ecoava na varanda
Fazendo ciranda no meu coração.