A MALDIÇÃO DE SER POETA AMA(DOR). (ALMIR PRADO).#_x.

Se escrevo poemas é porque não me permito gritar aos quatro cantos e expressar com fidelidade a minha desordem. Penso que, se eu pudesse, me transmutaria em outras matérias, explodiria, como resultado de uma química hedionda, mas os corpos humanos não foram feitos senão para implodir e a linguagem como sempre nunca vai dar conta de tanta insignificância. Volto a reconsiderar o plano inicial: sair à rua e entoar gritos de desespero. Ah,se EU pudesse ser ouvido noutro lado do mundo onde noutro lado do mundo estou, sem a distância do platonismo, a metafísica das ilusões, eu seria outra coisa, que não humano. E o pior de tudo , me transformei no mais humano dos humanos, num maldito poeta ama(dor). (ALMIR PRADO)

Almir Prado
Enviado por Almir Prado em 03/07/2016
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