Amor começa com A e termina com solidão.
O amor é uma tolice, um crime de guerra, um arrepio frio quase doloroso de tão gelado. É aquilo que começa e termina. Um desenho bonito em aguarela que preenche a tela da vida. É uma subjetividade sublime. É o que faz vermos poesia em tudo.
O amor em tempos modernos é um gozo prolongado. O amor está disfarçado, atrás de beijos, promessas e sonhos. É prazer, é aquilo que dá ou que tira o sentido das coisas. Amor me deixa tonta, passo anos sem me amar, quando resolvo me perder, é totalmente. Amar nunca doeu tanto, e nem deveria, eu sei. Amo e tudo que sinto é uma vontade de chorar, as vezes sorrio, mas é quando estou sozinha que as coisas acontecem. O amor que se foi me causa angústia, e os que virão também. Não é difícil amor quando a vida é insólita. É fácil desejar o amor quando se vive esperando por dias melhores, esperando que a vida surpreenda. Não por acaso, é assim que a gente se fera.
O amor brinca de esconde-esconde comigo. Ele sempre se esconde ou sempre me acha. E no final é frustante. Não posso abandona-ló porque é tudo que me resta. Preciso desvia-ló tirar eles das ciladas que ele insiste em se meter. Volta aqui amor, para que tanta presa? No final serão apenas eu e você sujo e bêbados em um boteco qualquer, eu sei como acaba, é um filme ruim. Uma piada sem graça. O amor é os pedacinhos de pão que joguei pelo caminho, porque eu anseio voltar, um dia. O amor é uma esfinge, uma besta maligna, tenho uma vida toda para decifrar, mas meu medo é morrer tentando.
O amor alimenta, mas o mais saudável é o amor próprio. E eu insisto em viver de fast food, não estou de dieta.
Não tenho habilidades, nenhum dom. Minha sina é amar, esse amor amargo e egoísta, sadomasoquista e morno. Amor não é maniqueísmo. Amor começa com A e termina com solidão.