Cinquenta e três
Dia de muito trabalho e alegria. Saber que orientado pela minha "Presença" pude contribuir para a formação de 53 escritores mirins, antes vistos apenas como crianças carentes ou problemáticas me faz somente perceber que muito ainda pode ser feito por mim.Não posso dizer que dormirei com a conciência tranquila porque reconheço que seria hipocrisia de minha parte sabendo que ser cálice é para toda a vida, bem como a certeira batalha que o acompanha.
Voltando ao início interrompido, como professora da rede municipal de minha cidade desenvolvi junto com meus amigos Maurélio Machado, escritor; Antonio Ramos da Silva, escritor;
e Adelaide Libl, professora, um projeto literário na escola onde eu trabalho. O objetivo do projeto era levar as alunos o gosto pela poesia e consequentemente estimulá-los a ler mais este gênero e outros também; bem como incentivá-los a escrever o gênero literário que mais se identificassem. Deixamos claro aos alunos que o produto final seria um livro e que toda documentação necessária seria feita para que eles se tornassem de fato escritores.
Confesso que desde fevereiro não tive muita folga devido a loucura de correr atrás de dinheiro para pagar todos os custos necessários para o tão sonhado livro chegar as mãos das crianças. Depois de brechós e outras loucuras dignas feitas por minha parte e por meus colegas hoje veio o dia de sorrirmos pela certeza que estamos no caminho certo e que a poesia é capaz de mudar vidas e fazer sonhos se tornarem reais.
Cinquenta e três escritores mirins tiveram hoje o lançamento de seus livros.Cinquenta e três crianças aprenderam que somos o que sonhamos ser e que todos podem voar alto se nossas asas não forem cortadas por nossa própria estupidez.
Quanto a mim só aprendi; com Maurélio que nunca é tarde para novos desafios; com Antonio que amor e caridade pode ser distribuidos com versos; com Adelaide que a disciplina nos leva a vitória. E com as crianças, essa humilde terapeuta que também sou, aprendeu que não há nada comparável à beleza, pureza e dignidade de um coração de criança.
Não relatei nada por ego, até porque esse monstro a tempo venho tentando dominá-lo, mas para deixar claro que a poesia é suave e poderosa arma para mudarmos corações, mentes e condições sociais.
Por hoje fiz minha parte, cabe a mim agora um sono justo.
Boa noite, amigos!
Cintia Rank, mãe, esposa, amiga, professora, terapeuta, massoterapeuta, radiestesista, reikiana...e humilde participante do recanto das letras