como se faltasse aquela vontade de dormir.

É como se aquela argila colorida, tivesse apenas ressecado, e ficado desencarnada.

O que precisa saber é que sua doçura não toca de forma frequente a minha face.

Geralmente, são apenas cascos de cerveja vazios, e maços de cigarros amassados jogados no chão.

É como se a luz tivesse sido cortada, é como se eu não sentisse aquilo ali, fazia muito tempo.

É como um tapete puído, que se desenrola devagar, e ele vai soltando sua linha, e perdendo toda sua costura.

Chão de terra batido, rosto dissecado, amargurado, pela cor do sol, é como se uma torneira começasse a vazar.

Quando eu era jovem, culturas, não eram opiniões, verdades não deviam ser ditas, era só fechar os olhos e deixar que o vento te levasse.

É como se todos estivéssemos vivos, mas sem de fato ter uma vida, é como se a morte nos rondasse por todos os instantes, como um fraseado de baixo, como um grito de agonia.

É como se eu escutasse um choro distante, me chamando de volta para todo aquele pecado, como se faltasse aquela vontade de dormir.

Leandro Vidile
Enviado por Leandro Vidile em 27/06/2016
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