Gemidos ou Alucinação?
Desconfio da solidão
da caridade
arrependimentos
da perseguição.
Também da essência
dos signos
acasos
até da ciência.
Ando num gemido só.
Quanto pesa meu coração!
Viro fiapo, estou um trapo, apalpo e afogo feridas....
Não olho no espelho
falo baixinho e não me basta certeza.
Tenho o que preciso à mesa.
Dia a dia
sol a sol
me viro do avesso
vou além dos limites
é minha sina
desde menina
e não há analista que dê jeito.
Obcecada por trabalho
vazo anos entre fios como aranha tecedeira sem murmurar.
Há uns gemidos
alguns ais
pois dói aqui e ali.
Quisera ser dona do silêncio
daria um naco pra você se quisesse, é claro.
Poetas precisam do silêncio pra voarem entre as estrelas, romperem o lodo e entrarem na Alma da Terra!
Fico vagueando...
Entre a esperança e muros, deve haver orvalhos com cheiro de pedras enfeitadas de luar e avencas delicadas...
Meus pés gelados sentem as estações, sentem cada vão e seus anseios.
Quão douradas são as manhãs e também o entardecer!
O cerrado secou , meu cerrado secou....está ali, dourado de Sol e é belo, tão belo que me faz gemer.
Essa prosa bem poderia chamar Alucinação, seria bem mais verdadeira!
Carinhosamente,
arana.